Esse é um momento importante para as vozes dos e das estudantes. A Avaliação Docente/Discente é o momento em que o estudante dá o feedback sobre a realidade da universidade e registra oficialmente a sua percepção. Essas informações são MUITO IMPORTANTES pois são registradas, catalogadas e traduzidas em gráficos que ajudam na visualização administrativa para que os gestores possam concentrar os devidos esforços às situações do dia-a-dia da universidade.

Ajudar na construção da universidade que queremos é um compromisso do DCE e para garantir a voz estudante, estamos, com nossos representantes, nas reuniões e Conselhos Superiores participando e opinando no que diz respeito ao interesse do estudante.

A Avaliação termina em 30 de maio e para participar basta acessar o Portal do Estudante.

Façamos nossa parte!
Pela universidade que queremos!
Postado por Caio Cezar Oliveira Às 19:42 Veja na íntegra
A maioria das pessoas LGBTs não está nas Instituições de Ensino Superior, por diversos fatores que podem ser considerados sintomas sociais e não problemas individuais. Sintomas e problemas esses que inviabilizam a entrada e a permanência nas universidades e faculdades. Ainda que não seja a maioria, quem está na vida acadêmica produz a cerca das questões da comunidade LGBT e disputa os espaços para que essa produção não seja vista apenas por LGBTs?
Nos espaços e encontros onde estão presentes membros do movimento estudantil LGBT a preocupação está voltada para o governo, seja no que se refere à educação, a saúde, politicas publicas e projetos de leis e pouco se ouve sobre a produção acadêmica desta militância referente à sua própria comunidade. Não há duvidas de que é através do governo que vamos continuar garantindo os direitos das pessoas LGBT, contudo se faz necessário o protagonismo de LGBTs dentro das Instituições de Ensino Superior demarcando e produzindo para que as questões LGBT sejam postas e apresentadas a quem não as vivenciam e que ao conhecer será enriquecedor à sua formação. Sendo assim, ao mesmo passo que é legitima a preocupação voltada ao governo, há possibilidade de produção por parte das pessoas LGBTs.
A proposta também não é desqualificar a militância de ninguém ou grupo ou coletivo, a proposta é proporcionar uma reflexão sobre essas militâncias enquanto individual e coletiva, pois se o processo de construção por uma nova cultura politica às pessoas LGBT foi iniciado, ele precisa ser continuado, individualmente e principalmente coletivamente, dentro e fora das instituições de ensino, já que ser universitário é isso: fazer o dialogo entre a academia e a sociedade.
É compreensível que as matrizes curriculares não proporcionam muitos espaços para que a comunidade LGBT seja pautada, o que dificulta uma ampla produção sobre a temática durante a formação e a ausência de referências teóricos contextualizados a sociedade brasileira. Contudo é dever da militância romper as grades, lutar por mais espaço e principalmente fazer articulações para que suas pautas sejam inseridas nas disciplinas, nos projetos de pesquisa e na extensão.
A militância LGBT universitária ocupa espaços de representação e também de sala de aula, em diferentes cursos. Durante a formação oportunidades precisam ser criadas para falar sobre as questões LGBT, seja na apresentação de seminário, construção de oficina, construção de artigo, debates em sala, pois a sala de aula também é espaço de militância e de disputa. Não são todas as pessoas presentes em sala que sabem sobre a realidade das pessoas LGBTs e elas precisam conhecer, seja para ter uma atuação profissional mais qualificada ou para conviver em sociedade.
Não pode esperar que as pessoas que não são LGBT entrem nas universidades/faculdades e disputem os espaços em nome da comunidade, pois fazer isso é o papel desta militância. Ocupar os espaços do ensino, da pesquisa e da extensão; produzir e divulgar as demandas a cerca da temática é dever. Pois, o empoderamento LGBT depende dessas ações para que pessoas LGBTs sejam referências nas suas pautas e espelho, motivadores e incentivadores para que mais LGBTs entrem nas instituições de ensino e, os que já estão, ocupem os espaços que lhes são de direito.
Não adianta o movimento LGBT ficar o tempo todo falando para si mesmo sobre suas demandas, precisa apresentá-las a quem não as vivenciam. As LGBTfobias não serão combatidas se heterossexuais não compreenderem que podem ser alvo de homofobia ou bifobia se forem identificados enquanto homossexuais ou bissexuais. As pessoas cisgêneros precisam saber que se forem identificadas enquanto transexuais, transgêneros ou travestis, elas vão ser oprimidas (violentadas, agredidas) através da transfobia. Espaços auto organizados precisam ser feitos e respeitados, contudo espaços abertos precisam acontecer para politizar, informar e proporcionar conhecimento a quem não conhece as demandas e dificuldades da comunidade LGBT.
Toda essa exposição se faz necessária e, não é segredo para ninguém que os movimentos sociais precisam se mostrar para serem vistos, seja através de atos, paradas, manifestações, twittaço e de produções textuais, artísticas, acadêmicas e culturais, que também são formas de se organizar e podem estar unidas. O movimento LGBT tem formas próprias de se manifestar, além das citadas a cima, tem o beijaço, Universidade Fora do Armário (UFA), fechações, performances, dentre outras ações.

A militância LGBT já identificou e identifica muitos inimigos dentro da sociedade e da universidade, e precisam compreender que as brigas egóicas que acontecem entre coletivos e grupos só fragiliza o movimento. A militância precisa se unir para tornar a universidade mais diversa e plural, produzindo mais academicamente, provocando as direções das instituições de ensino para que as graduações contemplem as questões LGBT nas matrizes curriculares, para que existam mais pesquisas voltadas para a realidade das pessoas LGBT e para que a extensão abarque a comunidade, pois acadêmica sem movimento social é puro academicismo.

Por Iana Aguiar
Postado por Caio Cezar Oliveira Às 07:27 Veja na íntegra
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